1. |
Viva!
03:57
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Viva!
(Guilherme Arantes)
Você já notou
Pessoas ao nosso redor
Dizerem que estão
Indo de mal a pior
E há sempre alguém de um pessimismo vulgar
O qual já não tem mais nada pra acreditar
Podem dizer
Que o reino das trevas virá
E tudo faz crer
Que as coisas irão se agravar
Podem surgir tempos dificeis pra nós
Mas eu hei de estar cantando a plena voz
Viva você,
Viva nós, viva o dia
Viva viver
Viva vontade
Viva você
Viva nós, viva o dia
Viva viver
Viva a vontade
De claridade
Que hoje me invade
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2. |
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A Cara e a Coragem (Guilherme Arantes)
Sair só com a cara e a coragem da casa dos pais
Pra minha cabeça era barra pesada, eu não quis
Deixar lá na sala burguesa o meu piano burguês
E uma radiovitrola, santuário dos meus iê iê iês
Eu tinha pavor de um dia ter que parar de sonhar
Pra poder pagar o aluguel e p'ra me sustentar
E perder regalias que os velhos me punham nas mãos
Para as minhas idéias serem retalhadas sem discussão
Bastou um emprego a me impor socialmente
E uma conta bancária suficiente
Pra eu ter, então, liberdade e o respeito geral
Que diálogo é esse que tem preço e se vende?
Eu quero é saber se a minha mãe me entende
Após eu comprar meu diploma de filho ideal
Eu fui projetado por eles pra ser o maior
Um prêmio Nobel, um filósofo, um embaixador
O menino brilhante e precoce que eles viam em mim
Nunca admitiram ter idéias tão próprias assim
E há muitos anos eu sofro tentando explicar
Que o meu caminho escolhido eles têm de aceitar
Podiam ter dado uma força, já que eu era incapaz
De sair para o mundo com uma mão na frente, outra atrás
Bastou um emprego a me impor socialmente...
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3. |
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Não Vá Pro Quarto Chorar
(Guilherme Arantes)
Nós somos a nova safra dos homens
Nós temos muitas missões a cumprir
Embora sempre pareça mais fácil
Das decisões sérias a gente fugir
Eu quero ver os espíritos jovens
Usando todos seus potenciais
Independentes de modas que passam
Vivendo de acordo com seus ideais
Não vá pro quarto chorar
Que a infância já acabou
Pra quem já principiou
A caminhada
Auge da vida
Esqueçamos de bobagens
Se ainda temos tantas viagens
As nossas roupas berrantes e alegres
Fazem contraste aos nossos corações
Que estão cinzentos, nublados, inertes
Esperando a chegada das inovações
Eu quero os jovens bem mais conscientes
Do seu papel, sua cruz, seu lugar
Que um dia tomem as rédeas do mundo
Mas sabendo que rumo pra ele vão dar
Não vá pro quarto chorar
Que a infância já acabou
Pra quem já principiou
A caminhada
Auge da vida
Esqueçamos de bobagens
Se ainda temos tantas viagens.
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4. |
Neologia - 14 Anos
05:46
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14 Anos
(Guilherme Arantes)
Sabe
Quando eu tinha 14 anos
Como todos jovens urbanos
Eu nos bailes não ía dançar
(e vocês ?)
Sabe
Eu me cansava de ver manequins
Belas moças não eram p'ra mim
Eram coisas de filme de amor
(filme francês )
E como solução da minha dor
Achei que eu devia ser cantor
Garotas e carros, roupas da moda
Festas incríveis da mais alta roda,
Nada...
Nada, nada, nada.
Sabe
Quando eu tinha 14 anos
Os meus pais demoliam meus planos
Nos argumentos levavam vantagem
Com fatos cruéis
Sabe
Eu devorava as vitrines das ruas
E as revistas de mulheres nuas
Brinquedos feito p'ra não se tocar
E, talvez,
Como solução da minha dor...
Achei que eu devia ser cantor
Garotas e carros, roupas da moda
Festas incríveis da mais alta roda,
Nada...
Nada, nada, nada.
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5. |
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Boa Viagem
(Guilherme Arantes)
Tem amigos seus em Nova York
Que vivem de artesanato
Ou cantando bossa-nova nos bares
Se arranjam de qualquer jeito
E lhe escrevem todo mês contando
Que lá é um barato
Apesar de que às vezes pinte a dureza
E eles têm de lavar pratos
Você diz que o pessoal por aqui
Está séculos atrasado
Em comparação ao que você acha
Ser o mundo civilizado
Você diz que aqui ninguém demonstra
Respeito ao seu trabalho
De perder seu tempo lutando em vão
Você está cansado e velho.
Boa viagem!
Se o seu sonho é morar nos States
Compre a passagem pague as taxas, faça as malas
E se mande de vez
Você crê que logo ao descer
Do avião em solo ianque
Os problemas e as neuroses
Vão te deixar no mesmo instante
Você diz que lá na América
As pessoas têm mais valia
Quer dizer, se você mudasse pra lá
O sofrimento acabaria
Boa viagem!
Se o seu sonho é ir morar nos States
Compre a passagem, pague as taxas, faça as malas
E se mande de vez.
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6. |
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Brazilian Boys
(Guilherme Arantes)
Amigos, eu chamei vocês aqui em minha casa pra falar
De coisas que se sente, um nó no peito quando se tem de falar
Por todos esses anos eu tenho crescido ao lado de vocês
A gente sonhou junto o mesmo sonho, cada qual com seus porquês
E eu devo-lhes dizer que nenhum grão da nossa fé arrefeceu em mim
Talvez tenha mudado de figura por tudo que aconteceu
Há pouco tempo atrás a gente ainda se encontrava por ai
Agora todos já viveram e são bastantes cada um por si
Come on! come on! feijão com arroz
Come on, Brazilian Boys!
Lá vão meus parabéns aos que conseguem sem nenhuma condição
Manter acesa a chama e em nenhum ponto colocá-la em questão
E olhem, não foram poucos companheiros
que no longo caminhar
Tiveram de vestir terno e gravata e sair pra trabalhar
Mas muitos, muitos mais a gente viu que não souberam aonde ir
E eu sinto hoje estão todos abrasivos, céticos quanto ao porvir
Só temos os vestígios de uma geração que mal sobreviveu
As calças desbotadas são destroços dando um derradeiro adeus.
Come on, Brazilian Boys!
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7. |
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De Igual Pra Igual
(Guilherme Arantes)
Você vai me encontrar
Somente quando quiser
Posso ser sua rosa dos ventos
Bem como lhe passar em branco
Você tem nas mãos
Ao seu dispor
Minhas vitórias todas
Olha o peso da sua escolha
Recai sobre mim
Tenho a lhe oferecer meu canto
Em troca eu quero um peito aberto
Vamos conversar
De igual pra igual
Conversa de companheiros
Falar dos nossos problemas
Que, enfim são todos iguais
E não ter nada obscuro
Separando nós dois
Pra emanar nossa luz
Vamos cantar pelo menos no mesmo tom
Somos novas estradas virgens
Uma idéia atual
Nós no ano de 78
Bem tempo de um ouvir ao outro
Tempo de criticar
Sem se atracar
De sermos civilizados
Olha, eu sei que tenho defeitos
Como um homem qualquer
Sei que às vezes pareço piegas
Você às vezes também é piegas
Vamos conversar
De igual pra igual
Conversa de companheiros
Falar dos nossos problemas...
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8. |
Radiola - Show de Rock
03:07
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Show de Rock
(Guilherme Arantes)
O nosso disco está riscado há mais de 10 anos
E a nossa cara xôxa não muda, Deus nos acuda
Haja paciência, haja vontade
haja inocência e ingenuidade
E dinheiro dos pais
E dinheiros dos pais
Nossos temas instrumentais estão abomináveis
Os solos de moog e guitarra são intermináveis
Haja paciência, haja vontade
haja inocência e ingenuidade
E dinheiro dos pais
E dinheiros dos pais
Pra pagar a wattagem, a viagem, a kilometragem
Pra comprar toda a aparelhagem, a megatonagem
Fico pasmado com a inércia que temos
Com o tempo perdido pensando de menos
E ensaiando demais
E ensaiando demais
Nossas letras são uma papagaiada, só servem de de adorno
O som não acrescenta mais nada
Os shows de rock dão sono
Fico pasmado com a inércia que temos
Com o tempo perdido pensando de menos
E ensaiando demais
E ensaiando demais
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9. |
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Brincos na Orelha
(Guilherme Arantes)
Apesar da aparência sadia
Estou vendo que nada mudou
Em função do que se pretendia
E que o delírio mais jovem buscou
Os valores que a gente venera
Como símbolos desta geração
Se esconderam entre belas asneiras
E já são peças de decoração
O receio que eu tenho é que o tempo
Passe rápido, passe todo
E a gente envelheça curtindo
Assistindo feito bobo
Brincos na orelha, cabelo transado
Espírito velho em corpo enfeitado
E o mundo girando
E o mundo girando
E a gente sonhando
E a gente sobrando
Somos tão fatalmente cativos
De dinheiro, padrões e medidas
Que esquecemos de ser criativos
Quando estão em jogo nossas vidas
Os conflitos antigos são parte
Da família, da escola, e do emprego
Ainda a espera de alguém que os desate
Alguém como você, meu amigo
O receio que eu tenho é que o tempo...
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10. |
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Mas Ela Não Quer, Mas Ela Não Pode
(Guilherme Arantes)
Não convido mais
Você pra sair
Passando das 9 horas
Já sei qual será a resposta
Já sei qual será a desculpa
Sua mãe é ranheta, seu pai é careta
E você é uma garota certa
Não convido mais
Pra gente pegar
Aquela sessão maldita
Pra você ficar chocada
Que a platéia não é seleta
Me vejo obrigado a ser um bandido
E dizer que vou estudar
Mas ela não quer, mas ela não pode
O pai dela não quer, o pai dela não deixa
Só quando casar
Você pode acampar
No caso, com o teu marido
Ou então ir a alguma festa
E amanhecer fora de casa
Se diz liberada, vivida e madura
Mas ouve descompostura
Só quando casar
Eles vão respeitar
Detalhes da sua vida
Como o homem que você ama
Tudo bem, isso é um velho esquema
Mas o que me irrita é que você não luta
Nem contra, nem a favor
Mas ela não quer, mas ela não pode
O pai dela não quer, o pai dela não deixa
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11. |
Hajoe - Coração Paulista
04:05
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Coração Paulista
(Guilherme Arantes)
Eu amo você paranóica
Seus olhos vidrados e duros
Me fazem sofrer
Eu nego você paranóica
Da boca pra fora,
No sangue eu não sei lhe esquecer
De dia você paranóica
É uma abelha assassina
Em busca de mel e poder
De noite você paranóica
Persegue o meu sono
Onde quer que eu procure me esconder
Oh, baby, o que é que me prende a você?
Oh, baby, o que é que me prende a você?
Eu vejo você paranóica
Mais branca que a luz de mercúrio
A resplandecer
Eu sinto você paranóica
No fundo de um túnel,
Num pátio de trens a correr
Escuto você paranóica
Gritando no meio de um tráfego
De enlouquecer
Respiro você paranóica
Por todos os poros, seu veneno no ar
Me faz viver
Oh, baby, o que é que me prende a você?
Oh, baby, o que é que me prende a você?
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12. |
Banda Setembro - A Noite
03:36
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A Noite
(Guilherme Arantes)
A noite é o reino da calma
Reino da pausa, tempo de amar
A noite é tanto prazer
Tantos encontros, tanto se dar
A noite é amiga dos homens
Na mesa o jantar
A noite é trégua no mundo
Seu corpo despido
E junto do meu
A noite é amiga dos homens
Na mesa o jantar
A noite é manto sagrado
E UFOS no céu...
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13. |
Radiola - Estranho
04:14
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Estranho
(Guilherme Arantes)
Estranho é todo homem
Que não se sujeita
A esquerda ou direita
Que nunca serve, nunca
Se enquadra
E sempre sobra sempre,
De fora à beira, quase,
Na boca presa a frase
E a fera sempre à boca
De espera
Estranho é todo homem
Cuja alma é nômade
Cuja imagem mente
Nem bom, nem mau, é um homem
Ausente
Que sempre sobra, sempre,
De fora, à beira, quase
Na boca presa a frase
E a fera sempre à boca de espera
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14. |
Maglore - Brasília
05:03
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Brasília
(Guilherme Arantes)
Loucos profetas previram a tua existência
Milênios atrás
E nos seus mapas marcaram o centro do mundo
E nele tu estás
Todas as lendas que cercam teu nome
Jamais lograrão te explicar
Nem a política, nem o teu preço
Que foi tão penoso pagar
Uuuuuu
Brasília...
Tuas cidades satélites mostram o quanto és
Uma aberração
Vivem à margem da tua luxúria onde corre
O poder da nação
Seitas estranhas proclamam que o teu destino
Ainda não se cumpriu
Rezam a vinda dos anjos de estrelas cadentes
No céu do Brasil
Uuuuuu
Brasília...
És a vitrine imponente e ostensiva
De um povo que vive a sonhar
Com seu império futuro, tesouro,
Presente que Deus vai mandar
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15. |
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Fantoches
(Guilherme Arantes)
Odeio fantoches
Capachos do chefe
Cupinchas do patrão
Odeio essa raça
De gente costa-quente
Gente falsa
Serpente
Que se arrasta pelo chão
Cara fraco
Inseguro
Eu já acho feio
Puxa-saco
Já tô cheio
Eu odeio
Dedo-duro
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16. |
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S.O.S
(Guilherme Arantes)
Pra quem é só
Falar ou calar, dá no mesmo
Tudo é tão objetivo e rápido
Ninguém vai ouvir
Alguém que procure amizade
Perdido na imensa cidade
Alguém fechado no carro
Com o som ligado bem alto
Ir à boate ou ver televisão
Dá no mesmo
Se é ficar sempre no mesmo
Isolamento mortal
Nas bocas um riso sintético
Nas festas os brindes de plástico
E voltar fechado no carro
Com o som ligado bem alto
Eu canto aos homens só
Que já nasceram sós
E sempre foram sós
Com seus sonhos sós
Na riqueza sós
Na alegria sós
Na miséria sós
Na tristeza sós
No escritório ou no estádio, domingo,
Dá no mesmo
Se na figura do juiz
Está o patrão
Palavrões e garrafas vazias
Lembranças de esposas sombrias
E voltar fechado no carro
Com o som ligado bem alto
Eu canto aos homens sós...
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17. |
oCírculo - 1980
03:04
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1980
(Guilherme Arantes)
Eu quero o espaço livre
Das cabeças livres
Buscar o contato que nos falta
Reatar laços, libertar os elos
Das traças, dos ratos
E quem deterá tanta imaginação
Mistério, magia,
Toda a sabedoria
Eu quero o arrepio
Mais que o pensamento
Mais que o brilho falso,
Um sentimento
Reatar laços...
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18. |
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Se Você Fizer Um Som
(Guilherme Arantes)
Brilha o sol no céu
E a gente a cantar
Cai a chuva
E a gente a cantar
ôôôôô a cantar ôôôôô
E esse canto
Muito quer dizer
Que há no mundo
Muito a se fazer
ôôôôô e cantar ôôôôô
Se você fizer um som
Pra iluminar
Algum lugar
Isso sempre será bom
Vai te ajudar
A se encontrar
A se encontrar
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19. |
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Coração Fantoche
(Guilherme Arantes)
Procuro um emprego decente
Que não tire o couro da gente
E que dê pra viver
Procuro um cigarro no bolso
Um dinheiro que pague
O almoço que eu quero comer
Procuro um cinema sem fila
Um programa pro fim de semana
Um lugar pra eu me esconder
Oh baby... o que é que procura você? (BIS)
Procuro a saída, um remédio pro tédio da vida
Cê sabe o que eu quero dizer?
Procuro encontrar os amigos
Nos bares, nos tragos,
Beber um pouco de prazer
Procuro manter a distância
De briga, violência e polícia
Eu não quero nem saber
Oh baby, o que é que procura você?
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20. |
PAXKAYAB - Adágio
02:49
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Coaxo do Sapo BA, Brazil
Encravada no meio da restinga do litoral norte da Bahia, a Produtora Coaxo do Sapo tem como proposta a geração de conteúdo fonográfico e visual, com foco na imersão total nos trabalhos a serem desenvolvidos. Nosso objetivo como produtora fonográfica é ser um ponto de encontro, um local de produção, possibilitando projetos sem interferências externas, num clima de sossego e paz. ... more
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