1. |
Recompensa
03:54
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Recompensa
(Silvio de Carvalho)
Um dia ela chegou tão diferente
E me assustou com uma proposta indecente
Que tal a gente e um abajur à meia-luz?
Um vinho barato regando nossos corpos nus
Eu nunca tinha visto tão ardente
Me assustou mesmo com cara de inocente
Que tal a gente juntando nossos corpos nus?
O vinho barato deixou os nossos corpos quentes
E me levou numa dança louca
Como nunca fui feliz
Pude sentir seu gosto em minha boca
Recompensa do que fiz
Um dia ela chegou tão diferente
Me assustou com um forte grito renitente
Pode ir embora, agora é nunca mais pra sempre
Até outra hora, porque é que você sempre mente?
Bateu a porta e foi como uma louca
E nem pôde ouvir a canção que fiz
Fez tanta coisa por tanta coisa pouca
Recompensa do que fiz
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2. |
Talvez não
03:55
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Talvez Não
(Silvio de Carvalho)
Se eu te peço você diz “talvez”
Assustada como um coelho, um alvo fácil
Se me desejas, isso eu não sei
Me nega, pede um tempo pra pensar em quê?
Fala, não fuja, não pense em nada
Aja ou apenas me mate aos poucos
Se eu tento não consigo o impossível
O disfarce é o artifício de quem quer mostrar
Mas será que só você não vê
Que não consigo, mais seguro, mais quero
Quando me fala, me explica, me diz
Tempo agora sou eu quem implora
Se você não me quer, então não faz assim
Sou eu ou você quem é, me diz só não me deixa
Se você não me quer, me olha e diz que não vai
Mas se você quiser, me beija e não me deixa
Se eu tento não consigo o impossível
O disfarce é o artifício de quem quer mostrar
Mas será que só você não vê
Que não consigo, mais seguro, mais quero
Quando me fala, me explica, me diz
Tempo, agora sou eu quem implora
Se você não me quer, então não faz assim
Sou eu ou você quem é, me diz só não me deixa
Se você não me quer, me olha e diz que não vai
Mas se você quiser, me beija e não me deixa esperar
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3. |
Não me fale nada
04:43
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Não Me Fale Nada
(Silvio de Carvalho)
Não me fale nada porque nada
Que você me falar
Vai romper o medo
Estou por um dedo
Olhe minha cara tô de cara
Com o que faz esse olhar
E o seu apego um desassossego
De passo a passo eu vou
Me acostumando
Sem dor, nem laço o ardor
Me inflamando
Me sara e aquela dor
Vai se acabando
O novo não é tão estranho
Melhor que me parta, mas não parta
Se não for pra voltar
Me acorde mais cedo
Com pecado nos dedos
Esqueça de contar
As horas que passam
Melhor aproveitar
Aquelas que sobram
De passo a passo eu vou
Me acostumando
Sem dor, nem laço o ardor
Me inflamando
Me sara e aquela dor
Vai se acabando
O novo não assusta tanto
Me sara e aquela dor
Vai se acabando
O novo não é tão estranho
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4. |
Tá na cara
04:29
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Tá Na Cara
(Silvio de Carvalho)
Ela nunca está no mesmo lugar
Está sempre cansada, ferida
Coitada, de cara amarrada
De manhã ela acorda antes do galo cantar
De noite é cigarro, cerveja
Bala, docinho, balada
E tudo isso ela faz por você
E isso ela faz por querer esquecer
Que o seu sorriso amarelo é uma farsa
E quase sempre diz que não é feliz
Isso eu sei, porque tá na cara!
Tem muitos amigos, mas teme a solidão
Por isso a cada mês, quase sempre
Ela inventa uma nova paixão
Quando o dia acaba reza pra não voltar
Porque a sua casa é o lugar
Onde ela nunca queria estar
E tudo isso ela faz por você
E isso ela faz por querer esquecer
Que o seu sorriso amarelo é uma farsa
E quase sempre diz que não é feliz
Isso eu sei, porque tá na cara!
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5. |
Nó
02:49
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Nó
(Silvio de Carvalho/Keu)
Eu sei que muito demora pra gente entregar
Um coração cansado que tem medo de chorar
E é lá bem longe além d’onde a vista dá
Que mora o nó da dor que o meu coração amarra
Levo a vida só a pé
Até se desgastar o nó
Ou até onde Deus quiser
Não vou parar de procurar
Um onde esse lugar
Pra desatar e farei tudo o que puder
Não vou cumprir minha condição não
Com o nó lá bem distante, nada posso, deixo estar
Espero, faço hora, deixo a vida passar
Mas quem irá meu Deus que p’ronde e’lhá de me levar
Seja um lugar que eu possa enfim me desatar
Levo a vida a pé e só
Me desgastando em pó
Ou até o nó da dor eu desgastar
Melhor seguir mesmo sem ter pra onde ir
Ou sem saber direito aonde isso vai dar
Acho que não há condição não
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6. |
Boa viagem
04:03
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Boa Viagem
(Guilherme Arantes)
Tem amigos seus em Nova York
Que vivem de artesanato
Ou cantando bossa-nova nos bares
Se arranjam de qualquer jeito
E lhe escrevem todo mês contando
Que lá é um barato
Apesar de que às vezes pinte a dureza
E eles têm de lavar pratos
Você diz que o pessoal por aqui
Está séculos atrasado
Em comparação ao que você acha
Ser o mundo civilizado
Você diz que aqui ninguém demonstra
Respeito ao seu trabalho
De perder seu tempo lutando em vão
Você está cansado e velho
Boa viagem!
Se o seu sonho é ir morar nos States
Compre a passagem, pague as taxas, faça as malas
E se mande de vez
Você crê que logo ao descer
Do avião em solo ianque
Os problemas e as neuroses
Vão te deixar no mesmo instante
Você diz que lá na América
As pessoas têm mais valia
Quer dizer, se você mudasse pra lá
O sofrimento acabaria?
Boa viagem!
Se o seu sonho é ir morar nos States
Compre a passagem, pague as taxas, faça as malas
E se mande de vez
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Coaxo do Sapo BA, Brazil
Encravada no meio da restinga do litoral norte da Bahia, a Produtora Coaxo do Sapo tem como proposta a geração de conteúdo fonográfico e visual, com foco na imersão total nos trabalhos a serem desenvolvidos. Nosso objetivo como produtora fonográfica é ser um ponto de encontro, um local de produção, possibilitando projetos sem interferências externas, num clima de sossego e paz. ... more
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